domingo, 29 de setembro de 2013

O INTERVALO (ENTRE OS QUADROS, NUM FILME DE CINEMA)

Queda d'água em Gonçalves
Compartilho aqui um detalhe de que gosto muito. 

Ontem, na aula de filosofia sobre "Os Yogasutras de Patañjali", lá do terceiro capítulo, voltamos ao começo do primeiro, ao sutra mais conhecido de todos, que muitos recitam de cor:

2 - O Yoga é o recolhimento (nirodha) dos meios de expressão (vrttis) da mente (citta).

(Tradução de Carlos Eduardo Gonzales Barbosa.)

O Yoga é definido aqui como uma disciplina relacionada à mente. E, de forma mais específica, ao recolhimento de seus meios de expressão.

Lembrei do termo intervalo, que vi usado pela primeira vez, para explicar esse Sutra, pelo Prof. Osnir Cugenotta. O intervalo nas expressões da mente, nos pensamentos. 

Se a mente não pára, exatamente, podemos visualizar como uma desaceleração em seus meios de expressão. Gosto demais da comparação que o professor fez uma vez com o filme de cinema: nos identificamos com nossa mente - e o fluxo de nossos pensamentos nos parece realidade -, porque é como a ilusão de movimento e realidade que temos, no cinema, ao ver 24 imagens fixas projetadas em um segundo. Podemos desacelerar a projeção, até vermos o intervalo entre uma imagem e outra. 

Também em nossa mente podemos, através de algumas técnicas, encontrar o intervalo, entre um pensamento e o outro. E mergulhar, nele.

Yoga

Citta Vrtti

Nirodha

O filme pode continuar, mas o espectador desperta... 

Por falar em intervalo... Intervalo em uma viagem. (Eu e Eloi literalmente na sombra.)

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