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sábado, 24 de agosto de 2013

UMA IMAGEM REVISITADA

Trabalho sobre a imagem by Rafael Eluf
Posto uma imagem sobre a qual ganhei um trabalho do artista Rafael Eluf recentemente. O presente me fez lembrar este dia em que subimos a montanha sagrada Arunachala para visitar uma das cavernas em que Ramana Maharishi viveu. A cidade ao fundo... Lembrei-me de ter pensado no silêncio dele.

Subimos e descemos descalços e eu já disse, brincando, que vi estrelas, e que não tenho ideia de como o Rafael Eluf descobriu isso para fazer essa interferência na imagem.

Subimos depois de visitar o ashram, e a montanha é mesmo um lugar privilegiado. (Apesar do que nossos pezinhos sofreram...)

sábado, 3 de agosto de 2013

CAJADOS, "LUTAR YOGA" E COISINHAS DE NOSSO MUNDO REDONDO

Sampat Pal Devi - uma dalit kshatriya (guerreira)?
Compartilhei hoje em minha "linha do tempo" o link para uma matéria publicada sobre Sampat Pal Devi, uma líder indiana que combate, com suas seguidoras (e alguns seguidores também), a violência contra a mulher.  Se necessário fazendo uso de uma arma branca, um cajado. 

Fiz o comentário: "Lamentável brigar, a menos quando é tão necessário... ;) Essa é uma dalit kshatriya (guerreira)?"

Bem, estas coisas fazem pensar em algo em que acredito: cultivar a si mesmo, a própria capacidade e a própria força, é a melhor arma e o melhor caminho, sempre. Sampat diz que, ao longo de trinta anos, bateu seis vezes, quando achou que não tinha outro jeito. Usa o cajado para se defender, e a outras mulheres aviltadas. E fica claro, na matéria, que ela acha que a educação é a grande arma. Sampat criou uma escola, e insiste sempre com as famílias que atende para que as meninas estudem.

E sabemos bem que isso é só um começo. Aqui, em alguns lugares, as mulheres têm estudado provavelmente mais do que os homens, mas a nossa cultura ainda dificulta muito a autoestima da mulher e a sobrecarrega. Basta ver, entre outras coisas, o que algumas pessoas chamam, com a maior naturalidade, de "segunda jornada", como se servir e segurar todas as pontas fosse uma obrigação intrínseca e natural só das mulheres, e como se elas precisassem menos de autorrealização.

Sampat Pal Devi: "Quando me casei, tinha 12 anos. Cozinhava para toda a família do meu marido. Mas não podia comer com eles. Me faziam esperar todo mundo terminar e ficar para comer o que sobrasse, por último. Nunca aceitei. Se brigassem comigo, falava mais alto ainda. Na Índia, mulher não deve ficar reclamando, falando alto."


Acrescentei, em minha linha do tempo: "(...) é muito fácil falar da Índia ou da África, mas serve para pensar se a diferença, aqui e nos outros "mundos", não é mais de grau do que de essência... (Repito que falo como mulher e como homem, porque sou filha de um homem e, se eu fosse homem, teria a mesma vergonha de viver nesse mundo.)" 


Uma foto do grupo, postada por minha amiga Larissa Leal (Não tenho os créditos.)
Minha amiga Larissa Leal comentou: " As flores precisam de espinhos!" 
E eu respondi: "E como, Larissa. Sem um 'espinhozinho' vá ver onde te colocam. (Ainda em 2013, e mesmo aqui.)" 

Ah, os cajados e "lutar Yoga"? 

Lembrei-me de uma história hindu que o Prof. Osnir Cugenotta citou uma vez: 

Havia uma cobra que sempre atacava os passantes, ferindo-os e matando-os. Então um dia um sábio disse a ela que não deveria fazer aquilo, porque era algo muito cruel. E a cobra parou de atacar. 
Um tempo depois, passando pelo mesmo local, o sábio encontrou a cobra toda estropiada. Perguntou a ela o que tinha acontecido, e ela disse que tinha seguido o conselho e parado de atacar. 
E o sábio disse então que havia dito que parasse de matar e ferir, mas não de se mostrar forte e perigosa. 

Lembro-me também de uma brincadeira de um amigo, que fala em "lutar Yoga". Bem, de certa forma procede e é uma luta muito árdua, porque é travada contra as próprias deficiências e fraquezas. E precisamos muito desta luta. Todos nós.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

PANCHA BHUTA STALAM - PRITHIVI LINGAM TEMPLE IV


Abaixo, à esquerda, uma imagem do casal divino, no muro do templo.

Aproveito para compartilhar uma coisa bem interessante que aprendi sobre mitologia hindu, com o Prof. Osnir Cugenotta. Os casais divinos representam a união do humano com o transcendente. Por isso sempre um é azulado - quando representa o divino - e um é cor de pele - quando representa o humano.







(Sei que sempre alguém vai dizer que o homem é azulado e a mulher cor de pele. Bom, enfim... cada qual vê um pouco o que quer e o que pode, também. Mas vale lembrar - como exemplo de que não é absolutamente isso o que está em questão -, que as representações de Krishna e Arjuna normalmente seguem o mesmo código, com Krishna azulado e Arjuna cor de pele.)

Ao lado, um casal hindu, de carne e osso e bem simpático que estava por lá.








Agora que passei novamente, aqui no blog, pelos cinco templos dedicados aos cinco elementos, me lembrei novamente do trecho do Astavakra Gita que citei na primeira postagem que fiz sobre o Pancha Bhuta Stalam:

Chapter 1 - "3. You are neither earth nor water nor fire nor wind nor sky. For the sake of freedom know the Self as the embodiment of pure counsciousness and the witness of all these."
(Texto clássico, tradução para o inglês de Radhakamal Mukerjee - Motilal Banarsidass Publishers - Private Limited - Delhi)

Capítulo 1 - 3. Você não é nem terra nem água nem fogo nem vento nem céu. Por uma questão de liberdade conheça o Self como corporificação da pura consciência e testemunha de tudo isso.
(Tradução livre de Ana Cabezas)

Nas imagens abaixo, movimento das pessoas no templo.



sexta-feira, 19 de julho de 2013

PANCHA BHUTA STALAM - PRITHIVI LINGAM TEMPLE III


Água no templo dedicado à terra.
Vou começar a estudar Astrologia Védica, então tenho pensado um pouco mais nos elementos, no Universo e em nossas vidas como uma coisa orgânica.

Comentei, em uma postagem anterior, que a terra é considerada o elemento mais denso. Comentei também que os doshas - tipos de corpos, segundo a medicina Ayurvédica - têm relação com os elementos. Comentei ainda que os Nathas, criadores do Hatha Yoga, relacionavam o Universo ao corpo.

Isso faz pensar na responsabilidade na prática de Yoga, que não se restringe ao tapetinho...





Nosso grupo reunido num cantinho mais escuro do templo, com luz forte lá fora.
Enfim...
Inspire, leve o esterno, no centro do peito para cima. Gire os bíceps para fora.
Expire, leve os tríceps na direção dos cotovelos. Escápulas para dentro do corpo e para baixo.


quinta-feira, 18 de julho de 2013

PANCHA BHUTA STALAM - PRITHIVI LINGAM TEMPLE II


Sei que o touro é um animal bastante associado ao elemento terra. Coincidência ou não, acabei fazendo mais imagens de Nandi - o touro que é o veículo de Shiva - neste templo do que nos outros. 
As mulheres hindus prestam reverência a Nandi quando querem engravidar.




Devotos de Shiva no templo. Nandi ao fundo.

domingo, 14 de julho de 2013

PANCHA BHUTA STALAM - PRITHIVI LINGAM TEMPLE I

Mulheres chegando e comércio na porta do templo. Ao fundo, Shiva e seu veículo, o touro Nandi






Os elementos, na cultura de onde surgiu o Yoga, são tidos, de certa forma, como aquilo de que somos feitos. Se verificarmos na medicina Ayurvédica, cada um de nós tem uma quantidade (ou dominância) de cada um dos três doshas, relacionados aos três estados que ocorrem em toda a manifestação - tamas (inércia), rajas (movimento) e sattva (equilíbrio) - e relacionados, cada um também, a dois dos cinco elementos - o dosha kapha é relacionado à agua e também à terra, o dosha pitta é relacionado ao fogo e também à agua e o dosha vata é relacionado ao ar e também ao éter.




Shiva e Nandi (ao fundo na imagem anterior)


                                                                                                                                                  



Visitar os cinco templos, dos cinco elementos, foi como uma viagem interna. Foi um pouco como perceber minha relação com cada um deles, através também dos problemas que me aconteceram em algumas das visitas. Bem, não sei explicar exatamente o porquê, mas essa espécie de peregrinação interna me aconteceu com muita força, nas duas vezes, na Índia, e me faz pensar na apropriação poética que os Nathas - criadores do Hatha Yoga - fazem do território, como algo que está dentro de cada um de nós. 


Dos cinco templos que visitamos em janeiro - Pancha Bhuta Stalam - só não havia publicado nada, até agora, do último, Prithivi Lingam Temple, ou Ekambaranathar Temple, dedicado ao elemento terra, em Kanchipuram, ainda no estado Tamil Nadu.

Sim, terra é o elemento mais denso. (Mas, é sempre bom tomar cuidado com os juízos muito fáceis, às vezes rasos.)






terça-feira, 9 de julho de 2013

MAIS VARANASI... UMA RUA E, CLARO, LAHIRI MAHASAYA

Neste ano, quando estivemos em Varanasi, a cidade estava mais vazia, porque estava acontecendo o grande festival Khumba Mela, em Allahabad. Tinha chovido, e os ghats e ruas estreitinhas da cidade tão antiga escorregavam como sabão.

Na última imagem, pétalas na porta da casa onde viveu Lahiri Mahasaya (mestre dos pais de Yogananda e do mestre deste, Sri Yukteswar). 



DE NOVO VARANASI - RIO GANGES

Varanasi é tida como a cidade mais sagrada da Índia. Nela, o Rio Ganges não flui do norte para o sul - como faz mais costumeiramente em seu trajeto a partir do Himalaia -, mas do sul para o norte. É dito que isso favorece a introspecção.
Também conhecida como Banaras ou Kashi, é a cidade de Shiva.

Depois de duas vezes por lá, continuo achando que algumas coisas são difíceis de entender com a razão, catalogar na mente. 
E o rio flui - do ponto de vista exposto acima -, ao contrário, com uma correnteza bastante forte, e leva tantas cinzas jogadas nele dia e noite. Tudo tão antigo e, paradoxalmente, fugaz.





sexta-feira, 5 de julho de 2013

O QUE NOS IDENTIFICA?

"I AM WHO?" - Homem escrevendo no muro em Varanasi, junto ao Rio Ganges. 
Um título, um crachá, um nome, uma profissão, são coisas que podem ser muito úteis. 
Mas ontem me lembrei de uma música do Gilberto Gil, "O Rock do Segurança", que conheço há muito tempo, e me emocionei. Me emocionei grandão.
Vou falar mais sobre isso, mas cito um trecho da música, em que um segurança pede ao sujeito o seu crachá:

"Um dia rico, um dia pobre, um dia no poder
Um dia chanceler, um dia sem comer
Coincidiu de hoje ser meu dia de mendigo
Meu amigo, se eu quisesse, eu entraria 
sem você me ver, sem você me ver, sem você me ver"

domingo, 16 de junho de 2013

PANCHA BHUTA STALAM - AGNI LINGAM TEMPLE V

O templo e nosso grupo por lá...


Em um pátio interno, com a montanha Arunachala ao fundo.
Em um pátio interno, com a montanha Arunachala ao fundo.
Homens do nosso grupo com seus dhotis.



sábado, 15 de junho de 2013

PANCHA BHUTA STALAM - AGNI LINGAM TEMPLE IV

Mais imagens do Agni Lingam Temple...

Macaco à entrada do templo.

Garoto com o pai, e uma das várias colunas esculpidas. Comércio de imagens ao fundo.
Pessoas na rua, à entrada. (Vejam o garoto de manto cor de açafrão, coberto de rudrakshas.)
Guirlandas de flores, e o alfabeto tamil.

domingo, 9 de junho de 2013

PANCHA BHUTA STALAM - AGNI LINGAM TEMPLE III

Passei certamente mais de uma hora sozinha à frente desta entrada do templo, esperando o retorno do grupo. Fiquei observando o comércio, as pessoas, e notei que as pessoas me observavam também. Um senhor veio me perguntar algumas vezes se meus amigos - que eu disse que esperava - sabiam que eu estaria ali, naquele lugar.
Uma das coisas que mais chamou a minha atenção foi essa vaca, que foi parar exatamente próxima ao fogo colocado no chão, à entrada do templo, e que permaneceu ali durante toda a minha espera.
(Abaixo outros detalhes do templo)







sexta-feira, 7 de junho de 2013

PANCHA BHUTA STALAM - AGNI LINGAM TEMPLE II

Agni Lingam Temple e Arunachala











No dia seguinte nosso grupo foi dar a volta na montanha sagrada Arunachala pela manhã, para entrar no templo na sequência.

Na penúltima imagem, à esquerda, um templo dedicado a Hanuman, na redondeza. E na última imagem um detalhe deste templo.















Vida da cidade - Tiruvannamalai - ao redor do templo e da montanha sagrada Arunachala
À esquerda, um templo dedicado a Hanuman.
Jay Hanuman!

domingo, 2 de junho de 2013

PANCHA BHUTA STALAM - AGNI LINGAM TEMPLE I

Postei bastante imagens do primeiro dos cinco templos dedicados a Shiva que visitamos em janeiro - Jala Lingam Temple, dedicado ao elemento água. Fiz uma postagem também comentando que eu quase não tinha imagens do segundo e do terceiro - dedicados aos elementos éter e ar. (Ver marcador Pancha Butta Stalam)

O quarto foi o dedicado ao elemento fogo, Agni Lingam Temple, em uma cidade de que gostei muito, Tiruvannamalai (parece que pronuncia-se Tiruvanámalai).

Fomos passear pela cidade na tarde em que chegamos, e já dava para ver a torre do templo e os muros com o touro, animal que é a montaria de Shiva. Ao fundo, a montanha sagrada Arunachala...



sábado, 27 de abril de 2013

DE PASSAGEM... DE PASSAGEIRA...

Pela janela do ônibus, viajando de Trichy para Tiruvannamalai, no sul da Índia.
Casinhas, vendinhas e os homens de dhoti...




domingo, 14 de abril de 2013

DANÇA, ESPAÇO E AR

Em nosso roteiro pelo Pancha Bhuta Stalam  - os 5 templos dedicados a Shiva relacionados aos 5 elementos -, o segundo que visitamos foi o templo dedicado ao elemento éter, também chamado por alguns de céu, ou simplesmente de espaço, onde tudo tem lugar, o mais sutil dos 5 elementos.
É o templo onde Patañjali teria tido a visão da dança de Shiva, inspirando sua sistematização do Yoga, e é considerado por alguns como o templo mais importante dedicado a Shiva na Índia. Fica em Chidambaram, local onde surgiu a conhecida imagem do Nataraja, representação de Shiva como o "Rei dos Bailarinos", em que ele dança dentro de uma roda de fogo.

Chegamos ao Akasha Lingam Temple, saindo de Trichy, quase no fim da tarde, e logo fomos levado pelos brâmanes para o ritual, do qual saímos já à noite.

Com tudo isso, não fiz uma foto sequer neste templo. Quando comentei isso com o Osnir Cugenotta, ele riu e disse que o éter não é mesmo visível...

Curiosamente, foi quase impossível fotografar também o Vayu Lingam Temple, em Srikalahasti, dedicado ao elemento ar, quarto de nosso roteiro, que visitaríamos alguns dias depois, já hospedados em Chennai. Neste, foi tanto movimento que só consegui clicar já fora, após a saída.

No caminho para o Vayu Lingam Temple, de Chennai para Srikalahasti

No caminho para o Vayu Lingam Temple, de Chennai para Srikalahasti

Saindo do Vayu Lingam Temple
Saindo do Vayu Lingam Temple

Abaixo, um trânsito diferente... Rebanho de vacas na estrada, no caminho de volta do Vayu Lingam Temple, de Srikalahasti, para Chennai.



Templo sikh no caminho de volta para Chennai

Finalzinho de tarde "impressionista" no caminho de volta para Chennai