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domingo, 15 de junho de 2014

TUDO EM UM

Falei de limpeza na última postagem.
E por que fazer uma prática de Ásanas promove a limpeza? Há alguns fatores. Fisiologicamente, como Iyengar explica, pelo massageamento/pressão de órgãos internos. É fácil verificar que se pressionamos uma área do corpo com os dedos, ao retirá-los a área fica mais clara, pois a circulação diminui. Na sequência, o sangue vai para o local com muito mais intensidade, e promove uma revivificação da área e dos órgãos.


Lembrei ainda, na referida postagem, que a saúde não é o produto principal do Yoga. E na parte 3 do livro "A Árvore do Yoga", chamada "Yoga e Saúde", Iyengar fala exatamente disso: 

"Saucha é limpeza e santosha é contentamento. Juntos eles produzem bhoga, que pode ser descrito como saúde do corpo e harmonia da mente. Mas Patañjali não termina com saucha e santosha. Ele continua e fala de tapas, svadhyaya e Ishvara-pranidhana, que levam à liberação da alma do contato do corpo." (tradução livre do inglês por Ana Cabezas)

imagem do fotógrafo Chema Madoz


Tapas
 pode ser traduzido como o esforço da prática, e tem relação com o fogo e o calor, como todos os rituais do hinduísmo também têm. (Vale lembrar que no Yoga o ritual é interno.) 
Svadhyaya pode ser traduzido como estudo de si mesmo, no sentido de entendimento do ser interior, além do ego e da mente e Ishvara-pranidhana pode ser traduzido como percepção da totalidade da existência, da unidade presente na diversidade, e entrega a ela.



Qual é a fronteira exata entre corpo, mente e alma? Será possível pensar mesmo em saúde, holística, plena, sem pensar nessa totalidade?
É por isso que o Yoga trata dessa integração, e não deixa nada do lado de fora.

Algumas imagens para Ardhanarishvara (representação da integração de Shiva e Shakti, masculino e feminino, energia e manifestação)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

1º DE ABRIL


Ouvindo e fazendo brincadeirinhas de "Dia da Mentira" surgiu o desejo de tecer alguns breves comentários sobre Satya (verdade/autenticidade).
Apenas como introdução - para quem por acaso não conheça - o fazer do Yoga é embasado pela prática de Yamas e Niyamas. Os cinco Yamas são basicamente normas de convívio e os cinco Niyamas são basicamente condutas em relação a si mesmo, visando o auto-aperfeiçoamento.
O segundo Yama, Satya, é interessante para ser lembrado hoje, 1º de Abril. Será que verdade/autenticidade seria uma questão de tornar-se chato a ponto de não poder fazer uma brincadeira? Ou ainda de bancar o santo do pau oco, com laivos de puritanismo?
Claro que Satya só pode ser muito mais do que um simples "Não mente pra mamãe ou pro professor!", ou qualquer outra coisa assim. Nada no Yoga poderia ser tão simplório, pelo fato de que o Yoga pressupõe um estado em que o indivíduo está efetivamente comprometido com seu desenvolvimento e libertação. Neste estado, torna-se evidente que a prática dos Yamas e Niyamas tem início no foro pessoal, e não no marketing pessoal.

Transcrevo a seguir um texto que escrevi para o mural da Escola Yoga Nataraja na semana em que trabalhamos Satya, dentro de um projeto que englobava os oito angas (membros) do Yoga clássico:

"Se você considerar que o Universo está dentro de você, através do auto-estudo aplicado e do auto conhecimento você pode chegar à verdade, ao encontro com o "Eu". Este - que é eterno, que observa e vive no presente - está no corpo de cada um de nós, é a verdade maior dentro de cada um, e tem como instrumentos nossos egos e realidades distintas.
Descobrir a própria identidade e colocá-la em prática é não só o que nos realiza, mas também a garantia do respeito ao Universo e a uma ordem maior.
Gosto de pensar um pouco em Satya como essa coerência, forte, não imposta de fora pra dentro ou exibida com orgulho. Um exercício.
"Só a verdade prevalece", ou "A verdade sozinha prevalece", são traduções que já encontrei para "Satyam Eva Jayate", texto que se lê na bandeira da Índia.
Que ela prevaleça nos corações, além de qualquer bandeira."