quinta-feira, 5 de março de 2009

SOBRE SHIVA E O YOGA

Neste ano ouvi falar pouco sobre o Shivaratri por aqui, talvez porque ele tenha caído durante o Carnaval. De qualquer maneira, o festival conhecido como Mahashivaratri, ou grande noite de Shiva, celebrado anualmente sempre por esta época (última noite da lua minguante de um mês que fica entre fevereiro e março no nosso calendário) sempre é ocasião, senão de participar de rituais que ocorrem na data, de refletir um pouco sobre o mito de Shiva, que de certa forma se confunde com a prática do Yoga.

Assim, lembro aqui um aspecto do mito muito caro aos praticantes de Yoga: Shiva está dentro de cada um nós; é Brahma dentro de cada um. Assim, o encanto que este mito exerce está ligado à busca do caminho pessoal, de uma verdade única que reside em cada um e que não deve ser traída.
Shiva, antes de ser um "bonzinho" nas estórias, é comprometido com a autenticidade. Muitas vezes marginal, não é tampouco comprometido com a marginalidade! Parece estar ligado mesmo ao valor intrínseco de cada ser que se compromete com o auto-conhecimento e a auto-superação (coisas que, não por acaso, estão na definição da prática do Yoga segundo o sábio Patañjali). Assim, em algumas estórias, aos que realizam sinceramente estas práticas, nada é negado. Não há força maior do que concentrar a atenção na descoberta e na colocação em prática da própria identidade. É o que de melhor cada um pode fazer, ritual que se processa no calor interno de cada um.

Acredito que isto, conscientemente ou não, está no centro do que amamos na figura de Shiva e no Yoga. Relaciona-se ao que vibra intensamente em nosso interior quando vemos um ser realizado (mesmo quando tudo parecia pesar contra), ou quando vemos ou temos uma alegria autêntica, seja na espontaneidade de uma criança, numa praia maravilhosa ou numa obra de arte.


OM NAMAH SHIVAYA!

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