quarta-feira, 1 de abril de 2009

1º DE ABRIL


Ouvindo e fazendo brincadeirinhas de "Dia da Mentira" surgiu o desejo de tecer alguns breves comentários sobre Satya (verdade/autenticidade).
Apenas como introdução - para quem por acaso não conheça - o fazer do Yoga é embasado pela prática de Yamas e Niyamas. Os cinco Yamas são basicamente normas de convívio e os cinco Niyamas são basicamente condutas em relação a si mesmo, visando o auto-aperfeiçoamento.
O segundo Yama, Satya, é interessante para ser lembrado hoje, 1º de Abril. Será que verdade/autenticidade seria uma questão de tornar-se chato a ponto de não poder fazer uma brincadeira? Ou ainda de bancar o santo do pau oco, com laivos de puritanismo?
Claro que Satya só pode ser muito mais do que um simples "Não mente pra mamãe ou pro professor!", ou qualquer outra coisa assim. Nada no Yoga poderia ser tão simplório, pelo fato de que o Yoga pressupõe um estado em que o indivíduo está efetivamente comprometido com seu desenvolvimento e libertação. Neste estado, torna-se evidente que a prática dos Yamas e Niyamas tem início no foro pessoal, e não no marketing pessoal.

Transcrevo a seguir um texto que escrevi para o mural da Escola Yoga Nataraja na semana em que trabalhamos Satya, dentro de um projeto que englobava os oito angas (membros) do Yoga clássico:

"Se você considerar que o Universo está dentro de você, através do auto-estudo aplicado e do auto conhecimento você pode chegar à verdade, ao encontro com o "Eu". Este - que é eterno, que observa e vive no presente - está no corpo de cada um de nós, é a verdade maior dentro de cada um, e tem como instrumentos nossos egos e realidades distintas.
Descobrir a própria identidade e colocá-la em prática é não só o que nos realiza, mas também a garantia do respeito ao Universo e a uma ordem maior.
Gosto de pensar um pouco em Satya como essa coerência, forte, não imposta de fora pra dentro ou exibida com orgulho. Um exercício.
"Só a verdade prevalece", ou "A verdade sozinha prevalece", são traduções que já encontrei para "Satyam Eva Jayate", texto que se lê na bandeira da Índia.
Que ela prevaleça nos corações, além de qualquer bandeira."

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