quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

VOCÊ TEM PRESENTE COMO TEM PASSADO, E TEM IDO AO FUTURO TODOS OS DIAS?

Nataraja na escola CET, Santo André

Ontem, por causa dos impedimentos de locomoção criados pela corrida de São Silvestre, ouvi o questionamento se teria como sair de onde estávamos, no centro da cidade. E eu brinquei que seria muito pior se não fosse possível sair de 2014.

Brincadeiras à parte, procede um pouco. Tem a ver com uma sensação conhecida por todos de estar preso em algo de que não é possível sair. Aí o final de um ano e o começo de um novo traz muito forte no sentimento coletivo - independente de grupos menores ou crenças -, um desejo de encerrar e recomeçar. (E que tem a ver com o ritmo tríplice representado na ideia de Brahma (criação), Vishnu (manutenção) e Shiva (destruição para a renovação).

Essa sensação de aprisionamento parece ter a ver ainda com a falta de presente, e muitas vezes o "algo" que parece aprisionar parece não ter sido vivido por inteiro.

"Feitiço do Tempo"


Há dois filmes de que gosto demais, e que têm muito a ver com isso. Um deles é "Groundhog Day" ("Feitiço do Tempo"), em que um repórter (Bill Murray) acorda sempre no mesmo dia, e não consegue sair dele enquanto não faz o que precisa fazer naquele dia.




"O Anjo Exterminador"
O segundo - um clássico que adoro, de Buñuel -, é o genial "El Angel Exterminador" ("O Anjo Exterminador"), em que um grupo de burgueses em um jantar não consegue sair daquele ambiente, embora todas as passagens estejam livres. Permanecem lá, atrás de grades imaginárias, vivendo neuroses repetitivas e tendo que deixar de lado convenções sociais que lhes são tão caras, sem conseguir dar o que parece ser um simples passo libertador para fora.


Bem, é claro que desarmar as armadilhas em que os outros estão presos é fácil. Ficamos inteligentes e até meio heróicos.
Mas................................. Tudo indica que estamos aqui para desarmar as nossas.
Feliz 2015 !!!

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