sábado, 21 de fevereiro de 2015

CORPO - AMIGO TRAIÇOEIRO?

"O corpo é um amigo traiçoeiro. Dê-lhe o que é devido; nada mais." 
 (Paramahamsa Yogananda)
em uma palavra, para mim: fragilidade
Então fui ver a concorrida e hiper fotografada exposição do Ron Mueck na Pinacoteca. Com uma certa preguiça, confesso. Mas também confesso que... o que já estava meio formatado em minha mente - algo como "esse realismo impressiona, mas não vai além disso" -, quebrou. 
Quebrou porque acontece que esse realismo acaba tendo algo revelador. Um pouco esfrega na cara algumas coisas em que uma grande maioria de pessoas, em nossa sociedade, não quer se reconhecer. O corpo e suas minúcias, em escalas diversas, falam, insistem. E não deu pra ficar indiferente.


Corpo, pele, poro? Não! 

Em primeiro lugar, estamos muito além, com nossas inteligências prodigiosas. 

Mas................................... E OS CORPOS? 

Ah, claro que existem, você não vê? Em selfies, academias, passarelas, caras e bocas, bombados, secos e maquiados. 

Daí que o poro - esse segredo íntimo -, em minha opinião aflora sempre com força. Dá quase vontade de falar: "Você está muito exposto! Não se mostre tanto assim."


Pensei no impacto que o close teve no início do cinema. 

E, claro, na relação complexa que nossa sociedade tem com esse amigo traiçoeiro, dando a ele ora demais (com a vaidade exacerbada), ora de menos (com a negação).  

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