Resistir ao impulso de querer controlar tudo, reconhecer que você desempenha um papel, é uma parte em um todo maior e render-se a esse todo. Hoje eu definiria assim o Niyama (Niyamas são instruções relativas ao comportamento consigo mesmo) chamado Ishvara Pranidhana. Você simplesmente fez tudo o que tinha a ser feito. Resta confiar e deixar fluir.
Parece simples, não? De tão simples não é fácil.
Em agosto, quando fiz o curso de Kuruntha com meu professor Osnir Cugenotta, ele falou sobre isso ao propor o Dhanurásana na Kuruntha. (Para quem não conhece o Dhanurásana, neste Ásana você fica em decúbito ventral, segura os tornozelos com as mãos e eleva as pernas e o peito do chão, usando os braços e as mãos como as cordas de um arco formado pelo corpo. Dhanu quer dizer arco.) Na Kuruntha, o Ásana se apresenta como na imagem acima. Aqui, você já inicia elevado, com os braços flexionados, e tem que soltar o corpo à frente, permitindo que ocorra a extensão do tronco e o alongamento da região das axilas. Você tem que soltar, tem que permitir que o corpo desça.
O professor faz uma experiência interessante neste Ásana: ao observar que algumas pessoas já estão sofrendo lá em cima, antes mesmo de começar, coloca um almofadão sobre o chão. Largadas sobre o almofadão, as pessoas relaxam e conseguem permanecer no Ásana. Ora, ainda sobre o almofadão, as pessoas estão já muito abaixo do que estavam antes de começar, e assim deveriam sentir-se pior, suas colunas lombares deveriam incomodar mais, e não o contrário.
Aí ele nos lembra sobre Ishvara Pranidhana, e diz que Patañjali não o deixou por último por acaso, mas porque sabia que era o mais difícil: se achamos que algo nos apoiará (no caso o almofadão), nós nos soltamos; caso contrário, temos medo de nos soltar. Embora já tenhamos definido a altura das manoplas, realizado as ações internas necessárias para não forçar a coluna lombar (girando as coxas para dentro e levando o osso púbico na direção do umbigo), há um desejo forte de permanecer em cima, agarrado às manoplas.
Lembro-me também, a esse respeito, da terceira prova que Indiana Jones tem que passar para chegar ao cálice sagrado, em "Indiana Jones e a Última Cruzada": ele não vê a ponte, porque ela está colocada para confundir a vista; se quiser prosseguir, terá que dar o passo na direção do abismo, baseado na confiança. E dando o passo ele pisa na fimeza da ponte.
(Todos os exageros dos filmes de Indiana Jones à parte, esta cena sempre me impressionou bastante. Não me lembrava sequer em qual dos filmes estava, mas voltou-me à mente ao pensar em tudo isso.)
Parece simples, não? De tão simples não é fácil.
Em agosto, quando fiz o curso de Kuruntha com meu professor Osnir Cugenotta, ele falou sobre isso ao propor o Dhanurásana na Kuruntha. (Para quem não conhece o Dhanurásana, neste Ásana você fica em decúbito ventral, segura os tornozelos com as mãos e eleva as pernas e o peito do chão, usando os braços e as mãos como as cordas de um arco formado pelo corpo. Dhanu quer dizer arco.) Na Kuruntha, o Ásana se apresenta como na imagem acima. Aqui, você já inicia elevado, com os braços flexionados, e tem que soltar o corpo à frente, permitindo que ocorra a extensão do tronco e o alongamento da região das axilas. Você tem que soltar, tem que permitir que o corpo desça.
O professor faz uma experiência interessante neste Ásana: ao observar que algumas pessoas já estão sofrendo lá em cima, antes mesmo de começar, coloca um almofadão sobre o chão. Largadas sobre o almofadão, as pessoas relaxam e conseguem permanecer no Ásana. Ora, ainda sobre o almofadão, as pessoas estão já muito abaixo do que estavam antes de começar, e assim deveriam sentir-se pior, suas colunas lombares deveriam incomodar mais, e não o contrário.
Aí ele nos lembra sobre Ishvara Pranidhana, e diz que Patañjali não o deixou por último por acaso, mas porque sabia que era o mais difícil: se achamos que algo nos apoiará (no caso o almofadão), nós nos soltamos; caso contrário, temos medo de nos soltar. Embora já tenhamos definido a altura das manoplas, realizado as ações internas necessárias para não forçar a coluna lombar (girando as coxas para dentro e levando o osso púbico na direção do umbigo), há um desejo forte de permanecer em cima, agarrado às manoplas.
Lembro-me também, a esse respeito, da terceira prova que Indiana Jones tem que passar para chegar ao cálice sagrado, em "Indiana Jones e a Última Cruzada": ele não vê a ponte, porque ela está colocada para confundir a vista; se quiser prosseguir, terá que dar o passo na direção do abismo, baseado na confiança. E dando o passo ele pisa na fimeza da ponte.
(Todos os exageros dos filmes de Indiana Jones à parte, esta cena sempre me impressionou bastante. Não me lembrava sequer em qual dos filmes estava, mas voltou-me à mente ao pensar em tudo isso.)
Auto-entrega... Deixo me deixar ir. Permito me permitir sentir. Entrego para me entregar cada vez mais.
ResponderExcluirBelo texto o seu, assim como o caminho que vc escolheu. Beijo. Namasté! Penélope