O ano começou com algumas matérias falando de Yoga, de possíveis problemas decorrentes da prática.
Novidade? Não. Basta olhar para a parte mais visível do Yoga (os Ásanas) para concluir que podem causar problemas sim.
Aliás, muitas coisas malfeitas com o corpo podem causar problemas. Nem precisamos buscar exemplos exóticos ou muito longe. Temos ao nosso redor inúmeros exemplos disso, de joelhos que foram arrebentados pela prática de Steps ou qualquer outro excesso de impacto, passando por danos à coluna causados por toda a sorte de práticas equivocadas, e até mesmo problemas causados pelo sedentarismo.
Se o Yoga pode ter a seu favor não ser praticado para competição, minimizando a negligência com os próprios limites para superar os outros, não podemos nos esquecer de que o desejo egóico de fazer um Ásana lindo, para fotografia, e também o desejo de superar a si mesmo, podem ter consequências funestas, se não forem consideradas medidas de segurança e respeito ao próprio corpo. E isso inclui - obviamente e como em qualquer prática - o conhecimento do que está sendo feito e o foco nas ações necessárias para a prática segura, no lugar do foco no resultado, como se houvesse um placar ou um cronômetro. A partir daí, com orientação quanto às ações internas, pode-se evoluir na prática.
Adoro uma frase de meu professor Osnir Cugenotta, sabidamente exigente com os alunos, em que ele lembra que o resultado, o Ásana, vai acontecer ou não. E não é isso o que importa, mas sim realizar as ações propostas, fazendo uso do corpo para trabalhar energia, mente, emoções. É nisso que não devemos nos acovardar.
Percebo que, para muitas pessoas, ações de segurança são apenas evitar excessos, não passar de certo ponto, como entrar no mar só até os joelhos. Mas acredito que a segurança passa pelo conhecimento do corpo, para poder ir crescendo, no Ásana e na vida, sem causar problemas além dos que já temos. Assim, além de não passar do ponto seguro, também não há estagnação.
Para finalizar, ouvimos bastante a menção a Ahimsa (não violência) na prática de Yoga. Mas, se quisermos realmente nos trabalhar, não devemos confundir isso com a condescendência com os próprios problemas, impedindo qualquer progresso. Mais uma vez citando o Prof. Osnir, Ahimsa (não violência) deve ser praticada em conjunto com Asteya (não roubar). Não devemos violentar o nosso corpo, mas também não devemos roubar nossa chance de crescer usando o mesmo, que é um campo de trabalho na prática do Yoga.
(Na ilustração, imagem obtida em Rishikesh ilustra a boa prática: Krishna ensina Yoga a Arjuna - Bhagavad Gita.)
Seguem os links para matérias desse ano, falando de possíveis problemas na prática do Yoga:
The New York Times: http://www.nytimes.com/2012/01/08/magazine/how-yoga-can-wreck-your-body.html?_r=1&pagewanted=all
Um texto em que ahimsa e asteya foram respeitados com destemor, firmeza, determinação e honestidade.Objetiva e clara respeitou e mencionou sempre que necessário e oportuno. Essa é a verdadeira prática do yoga.
ResponderExcluirRR
Obrigada pelo comentário. Seja sempre bem-vindo(a) ao blog.
ExcluirÉ importante não perder os ensinamentos de vista para não entrar em certas ondas sem discernimento. (Praticamente tudo pode causar problemas, não é?)
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